segunda-feira, 28 de abril de 2008

A novela das "fórmulas" continua...

O Ministério Público acaba de denunciar criminalmente, por tráfico de drogas, 12 médicos e 3 farmacêuticos londrinenses que prescreviam combinações proibidas de medicamentos para emagrecer (anorexígenos) com outras substâncias como antidepressivos, hormônios, diuréticos e laxantes.
Espero sinceramente que essa denúncia não acabe em pizza. O Brasil ainda é o maior consumidor mundial de anorexígenos, o que se deve, em grande parte, ao uso dessas medicações de forma excessiva e por tempo prolongado, e, o que é pior, muitas vezes sem nenhuma orientação de mudança de hábitos. Os médicos que apenas prescrevem "remedinhos" para emagrecer sem orientar uma dieta equilibrada e atividade física só estão prejudicando os seus pacientes, visto que estes podem sofrer os efeitos colaterais potencialmente graves desses medicamentos sem benefício real à sua saúde - visto que, se não houver uma mudança radical e sustentada dos seus hábitos, estes pacientes fatalmente vão recuperar todo o peso perdido (ou, muitas vezes, ganhar mais peso do que perderam) assim que pararem o uso dessas famigeradas "fórmulas".
Tomara que a lei seja dura com esses maus profissionais. Dois desses, apesar de já terem sido denunciados e processados anteriormente, continuavam prescrevendo as tais combinações proibidas de medicamentos como se nada tivesse acontecido, razão pela qual ambos tiveram sua prisão preventiva decretada, uma vez que continuam expondo a população ao risco dos efeitos adversos desses coquetéis pseudomilagrosos.
Cinco a quinze anos na prisão, a pena para esse tipo de crime, bem como a perda da sua licença para praticar medicina, seria uma ótima forma de fazer esses médicos inescrupulosos e gananciosos refletirem sobre a importância da ética, da responsabilidade profissional e do embasamento científico no tratamento de uma das maiores epidemias já enfrentadas pela humanidade, a obesidade - já considerada pela Organização Mundial de Saúde como a "grande epidemia do Século XXI". E um fato dessa proporção também seria importantíssimo para ajudar a coibir a prática, infelizmente ainda tão comum no Brasil, de prescrever remédios para emagrecer de forma abusiva e antiética.
Em tempo: brilhante a declaração do promotor Paulo Tavares à Folha de Londrina sobre esse episódio: ''No Brasil, as pessoas são escravas da estética e têm a falsa idéia de que se pode emagrecer rapidamente, sem grande esforço e custo. Isso contraria a tendência mundial de se buscar perda de peso sem oferecer risco à saúde."
Assino embaixo.
Perder peso exige mudança de hábitos. Exige que o indivíduo aprenda a se alimentar corretamente e passe a praticar exercícios regularmente para aumentar seu gasto de energia. Emagrecer sem esforço, apenas usando um comprimidinho, é um sonho acalentado por muitos pacientes obesos, mas que não passa de uma completa utopia. Fuja das soluções aparentemente rápidas e fáceis - elas não passam de enganação na imensa maioria das vezes. E fuja dos maus médicos.
O tratamento da obesidade deve ser feito por um profissional sério e competente, de preferência um médico especialista em Endocrinologia, afiliado à Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Não brinque com a sua saúde.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Trânsito... Ah, o trânsito...

Dirigir em Londrina é uma das experiências que eu recomendo entusiasticamente a todos os meus piores inimigos. Em dia de chuva, então, em que todos aqueles motoristas barbeiros demais para dirigir diariamente resolvem tirar seus possantes da garagem para buscar o filho na escola, o tráfego fica realmente impossível.

Abaixo alguns exemplos da perícia e habilidade que só os motoristas londrinenses possuem:

... Pra que estacionar igual a todo mundo? O legal é estacionar ao contrário.


Um veículo de passeio estacionado normalmente, certo? ERRADO! Leia melhor as letrinhas miúdas na placa de trânsito ao lado do carro:

... E tem gente que reclama que é difícil tirar carteira de motorista... Eu acho que é fácil demais, isso sim!

"Portugueiz Praque?" - III

Sei não, mas algo me diz que o dono dessa farmácia precisa ter mais cuidado na hora de selecionar funcionários... Talvez não seja necessário conhecimento da língua inglesa (para saber que se escreve "ROLL ON" e não "RO LLON", mas um pouquinho de purtugueiz para escrever "umedecido" e "desodorante" corretamente seria bom.

Epidemia de Obesidade

O número de pessoas obesas só aumenta em todo o mundo industrializado. Crianças e adolescentes também estão ficando cada vez mais gordos. As vítimas mais recentes dessa tremenda epidemia de obesidade são os bichinhos de pelúcia, vejam:

Diversos animaizinhos obesos na vitrine de uma loja em Londrina - PR.

Ursinho de pelúcia extremamente obeso.

Cachorrinho com tremendo excesso de gordura corporal.

Até os anfíbios estão sendo obesificados - vejam o exemplo deste sapo!

... Bonitinho, né? Parece uma brincadeira sem grandes conseqüências, não é mesmo?

ERRADO.

Oferecer às crianças bichinhos de pelúcia obesos é uma forma de dizer a uma criancinha obesa: "não faz mal você estar acima do peso, até seu bichinho é gordinho, olha só que lindinho". Pois bem: uma criança obesa não é nada bonito. 80% das crianças obesas continuam obesas na vida adulta, quando vão apresentar um risco aumentado de doenças como: diabetes tipo 2, hipertensão arterial, problemas cardíacos, osteoartrose, depressão... A obesidade infantil, portanto, é uma condição que precisa de tratamento médico. Ninguém deve achar normal uma criança estar acima do peso. Ninguém deve tornar a obesidade uma condição "normal" através do exemplo de bichinhos de pelúcia obesos. A obesidade deve ser combatida, com o estímulo a hábitos de vida saudáveis desde a mais tenra infância. Banalizar a obesidade com ursinhos gordos só vai dificultar a necessária mudança de hábitos que deve ser iniciada o mais cedo possível. Lamentável a idéia do fabricante desses animaizinhos redondos, ainda mais nesta época em que várias sociedades médicas e instituições governamentais e não-governamentais estão lutando arduamente para criar formas de prevenir e tratar a tremenda epidemia de obesidade que acomete todas as faixas etárias.